Thoughts :: O Supervilão

November 25th, 2018
A hippo in a flower field.
Tesla

Vivo ouvindo que não posso colocar tudo na conta do Autismo, mas na verdade não sou assim por ser autistas, sou autista por ser assim. O fato é que ser “igual” é tão importante para a sociedade que “ser assim” é considerado mauO Mal.

Certa vez disseram para Jake Barnett que ele daria um ótimo supervilão de quadrinhos, mas ele ficou extremamente ofendido e magoado.

Não deveria. Vindo da cultura neurotípica, ele deveria ter ficado lisonjeado. No primeiro episódio de Superman, o supervilão era ninguém menos que o incompreendido Nikola Tesla. Como todo diferente, Tesla foi subestimado, incompreendido e destratado.

Esta é uma característica preponderante do pensamento neurotípico: todo diferente é temido e, se possível, destruído. Então autistas e superdotados se tornam supervilões.

Pior para a humanidade.

Foi graças aos “supervilões” que as primeiras tecnologias (ponta de lança de pedra lascada, por exemplo) surgiram, permitindo a humanidade atingir os níveis tecnológico e social atuais.

Uma lição deixada passar em Watchmen é que, quando o supervilão vence, toda a sociedade ganha. Os super-heróis combatem os supervilões. Quando os supervilões caem, os vilões medíocres prosperam, pois é para eles que os super-heróis trabalham. Aliás toda sociedade neurotípica é formada de vilões medíocres em potencial, inclusive os super-heróis (não que os neurodiversos estejam livres disso).

Precisarmos de heróis é um sinal de vilania (medíocre), o medo do diferente prejudica o progresso benéfico, e aqueles que vilanizam o que não alcançam são os verdadeiros vilões a atrasar a humanidade.

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